NA CRISE, EMPREENDEDOR, SEJA AINDA MELHOR
- Bárbara Valsézia dos Santos
- 16 de fev. de 2016
- 2 min de leitura

Hoje fui a um café às 9:30. No Google, dizia “aberto: das 9:00 às 19:00”. Cheguei lá e a porta de ferro estava com apenas uma pequena abertura. Dei uma volta na quadra, imaginando que estava abrindo, e, ao retornar, vi que ainda estava fechado. Resolvi colocar a cara ali: “bom dia. Que horas abrem? É que marquei com uma pessoa aqui...”
A expressão da proprietária (certamente, era a proprietária), que estava teclando no celular, foi como quem dizia com o olhar: “se toca, minha filha”. Ela limitou-se a responder: “10... abre às 10!”; com tom de voz de quem enxota cachorro.
Não sou de me ofender com pouca coisa. Se o tom de voz e a expressão me incomodaram, era pra qualquer outra pessoa mais melindrosa desaparecer dali e nunca mais aparecer.
Pois bem! Como eu havia marcado com uma pessoa realmente, pus-me a esperar e, quando a funcionária trouxe mesa e cadeira para a área externa, sentei-me. A “bodega” abriu às 10:10 e ali permaneci por mais uns 15 minutos aguardando que alguém viesse falar comigo.
Consideração importante 1: entendo que o empreendedor deve servir ao cliente com toda a cortesia possível e não mostrar-se um escravo dele. Se o estabelecimento abre às 10, eu não esperava que a proprietária abrisse as portas antes do horário e me estendesse um tapete vermelho. Mas, ao menos uma expressão mais simpática e, após a abertura, um atendimento mais pronto e alegre por verificar que o cliente ali aguardou pacientemente seu boteco abrir, seriam interessantes.
Por mais alguns minutos, vi a proprietária ralhar com uma funcionária e mandá-la varrer a calçada, enquanto ela preparava meu misto. Logo depois, vi que a proprietária falava ao celular (não quis ouvir sua conversa. Ela estava próxima a mim e falava alto) com alguém que devia ser um fornecedor e reclamava sobre a crise.
Pensei: se tiver que marcar outra reunião em um café, não será aqui, certamente.
Bem, o que eu gostaria de deixar registrada é a importância de atender bem o seu cliente, esteja seu segmento ou país passando por uma crise ou não. No caso de hoje, caso eu tivesse sido bem atendida, certamente passaria a frequentar este café, além de indicá-lo a outras pessoas (coisas que não farei).
Assim como eu, outras pessoas devem ter entrado ali e sido tratadas mal ou regularmente, sem brilho, sem empatia, sem alegria.
Consideração importante 2: a crise é corpórea e desastrosa, não nego. Porém, ainda há pessoas tomando cafés. A qual tipo de café as pessoas irão? Será que um estabelecimento destes está colhendo insucessos (como eu mesma ouvi a proprietária falar ao telefone: a coisa está feia!) devido à crise, apenas?
Esta reflexão serve para qualquer negócio. Esqueça a crise e tente imaginar: por que você está, realmente, perdendo clientes?
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